domingo, 24 de janeiro de 2016

Cinco "erros" de Star Wars (ou cinco coisas que não fazem sentido na saga)


Até pouco tempo atrás eu não dava muita atenção à saga Star Wars, mas com o lançamento do capítulo 7 resolvi assistir aos filmes anteriores e acabei me tornando mais um fã da série criada por George Lucas. Mesmo assim, nessa maratona que fiz notei algumas inconsistências. Claro que alguns desses "erros" são propositais, deixaram a história mais interessante, romântica. Mas não fazem sentido:

1 - Linguagem - Yoda é um sábio. Mestre na arte da luta Jedi, pensador, filósofo de frases profundas. Mas em 800 anos de vida ele nunca foi inteligente o suficiente para aprender o idioma dos humanos a ponto de dizer frases na ordem direta. Além disso os dróides, robozinhos que consertam tudo, nunca são programados para falar a mesma língua dos seus donos.

2 - Medicina - Os tratamentos médicos são avançadíssimos naquela galáxia distante. Um exemplo é a pronta recuperação de Darth Vader depois de ser queimado na lava (Episódio 3). Mas em outros casos, doenças simples parecem não ter tratamento. No mesmo filme - A vingança dos Sith - o vilão General Grievous tosse toda vez que aparece em cena.



3 - Informação - São centenas de planetas com um intercâmbio intenso de populações, exércitos e mercadorias. Cada planeta tem gigantescos arranha-céus, o que sugere bilhões de habitantes. Mas as civilizações mais avançadas não dispõem de nenhum sistema de troca de informação parecido com a imprensa: internet, jornal, tv, nada.

4 - Armamento - O mundo de Star Wars não representa o nosso futuro ("Há muito tempo, numa galáxia distante...") mas é uma civilização avançada com robôs e espaçonaves. Mas me espanta a inutilidade de armas laser, os blaster. O tiro é lento e pode ser desviado por uma espada Jedi. Uma arma de fogo que existe aqui no planeta Terra seria invencível lá. Será que um Jedi consegue desviar uma bala?

5 - Engenharia - Em toda galáxia, com todo o dinheiro do Universo, ninguém conseguiu criar uma espaçonave mais rápida e ágil do que a Millenium Falcon, uma lata velha que sempre precisa de uma gambiarra de Han Solo e Chewbacca.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Os 7 melhores e os 3 piores filmes do ano

Os sete melhores e os três piores filmes que vi este ano
Ia fazer uma lista de 10 mais, mas resolvi resumi-la e quebrá-la em duas pra facilitar.


1 – Jurassic World – para quem é fã da série Jurassic Park sempre ficou com a impressão de estava faltando algo: o parque aberto para o público. As outras sequências eram mais próximas de ação e terror do que ficção científica propriamente dita. E não se criavam mais dinossauros. Isso voltou em 2015. Também foi diferente ver os dinossauros adestrados (ou quase).

2 – O Jogo da Imitação – a invenção de uma gigantesca e complexa máquina de calcular (que hoje chamamos de computador) para decifrar os códigos usados pelos nazistas envolveu mais do que cálculos. A biografia de Alan Turing mostra como foi fundamental para os Aliados decifrar a comunicação dos alemães.

3 – Perdido em Marte – finalmente uma ficção científica com acertos científicos. Interessante até para quem trabalha com Assessoria de Imprensa e Relações Públicas: como anunciar para o mundo que sua empresa deixou um cara para trás, ali em Marte? Sem contar que música “Spaceman” do David Bowie se encaixa tão perfeitamente nesse filme que fica na cabeça do espectador por alguns dias.

4 – A Teoria de Tudo – a biografia e as teorias de Stephen Hawking são apresentadas de forma leve e didática. A progressão da Esclerose Lateral Amniótica que limitou os movimentos do físico é assustadora e a atuação Eddie Redmayne no papel principal é impressionante.

5 – Birdman – um filme quase surreal. O mais interessante é tentar entender a mente de uma celebridade marcada pra sempre por causa do papel de protagonista num filme de super-herói. E olha que o protagonista Michel Keaton já interpretou o Batman.

6 – Um Senhor Estagiário – única comédia da lista. E esse é meu gênero favorito. No início parece um filme banal, mas os ensinamentos do personagem de Robert de Niro para a chefe sem experiência [Anne Hathaway] valem a pena.

7 – Star Wars Episódio 7 – o Despertar da Força – a sequência da saga foi criticada por muitos fãs e pelo próprio criador George Lucas, que desta vez não mexeu no roteiro. De fato alguns pontos deixam a desejar, como a falta de novos mundos ou máquinas mirabolantes. Mas a uma certa altura, quando o filme parecia uma historinha banal, Star Wars 7 ganha um roteiro surpreendente. E o fim deixa espectadores ansiosos pelo episódio 8.

Outros destaques: Pixels, Ponte dos Espiões e Sniper Americano

Os três piores de 2015

1 – Quarteto Fantástico – nada contra a ideia de começar uma história do zero, com uma nova cara. Deu certo com o Batman Begins, bem melhor que os filmes dos anos 1990. Mas o novo Quarteto Fantástico quis ser sério e dramático com uma história quase infantil. Demora a apresentar os personagens e quando apresenta, termina.

2 – Trocando os pés – tem sido difícil encontrar um filme bom de Adam Sandler ultimamente (se bem que Pixels foi divertido). Trocando os Pés é uma comédia sem muita graça e com mistérios que todo mundo já desvenda no meio do filme.  


3 – Destino de Júpiter – mais uma vez o predestinado (no caso a predestinada) vive uma vida tranquila no Planeta Terra até descobrir que tem superpoderes e é a chave para salvar o Universo. 

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Eu também vou reclamar


Marte tem 'córregos' sazonais de água salgada, revela sonda da Nasa


A notícia me lembra desse trecho da música "Eu também vou reclamar" de Raul Seixas.
Gelo em Marte, diz a Viking
Mas no entanto
Não há galinha em meu quintal
A canção é de 1976, mas parecer ter sido escrita agora.

sábado, 18 de julho de 2015

Jules Bianchi (1989-2015)

O automobilismo poderia ser feito só de manobras arriscadas, ultrapassagens, belos carros e comemorações de vitórias. Infelizmente não é simples assim. Este fim de semana, um talento da Fórmula 1 perdeu a vida aos 25 anos. 

Jules Bianchi se acidentou no GP de Suzuka no ano passado e morreu neste sábado (18, pelo horário francês, sexta-feira dia 17 pelo horário de Brasília) depois de passar nove meses em coma. Eram 21 anos sem mortes de pilotos na Fórmula 1. Os dois últimos tinham sido Roland Ratzenberger e Ayrton Senna no mesmo fim de semana, em Ímola, 1994.

Era um piloto promissor. Aposta da Ferrari para as próximas temporadas e que tinha conquistado os dois únicos pontos da nanica Marussia. Foi no GP de Mônaco. Bianchi ficou em nono. O suficiente para ganhar dois pontos e garantir alguns milhões de euros para a equipe, já que uma regra da categoria premia as escuderias que pontuaram.

Alguns dias depois do acidente, entrevistei Emerson Fittipaldi num evento em Sorocaba. O tricampeão de Fórmula 1 correu numa época em que a categoria era bem mais perigosa. Nos anos 1970, dez pilotos morreram. Ele disse que dessa vez não se tratava de falta de segurança nos carros ou na pista, mas de um erro de procedimento. De fato, um guindaste não poderia estar  ao lado da pista enquanto a corrida seguia normalmente. O veículo retirava o carro do piloto Adrian Sutil e o pior que poderia acontecer, aconteceu. Bianchi escapou da pista molhada e atingiu o trator. Um erro grave num circuito que ainda não tinha registrado mortes na categoria.

Para os pilotos, a Formula 1 está muito segura do que nos anos 1990, 1980 ou 1970. Kubica sobreviveu a um acidente incrível em 2006. O capacete de Felipe Massa o salvou na Hungria em 2009. Mesmo assim não existe risco zero. Na última corrida na Alemanha, alguns centímetros separavam o carro de Alonso da cabeça de Raikkonen.  Costelas quebradas e lesões que tiram pilotos de algumas corridas são comuns num esporte em que carros passam de 300 km/h.

Apesar do intervalo sem mortes de pilotos, nesses vinte anos três fiscais de pista morreram. Em 2013, um fiscal foi atropelado justamente por um guindaste no GP do Canadá.

Assim como a morte do Senna fez a categoria repensar a segurança de pilotos, alterando o desenho dos carros, o acidente de Bianchi deve fazer a Fórmula 1 aprimorar as medidas de segurança em 
torno da pista. Em todo caso, o automobilismo é fascinante, mas nunca vai ser 100% seguro. 

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Livro: 1942 - O Brasil e a sua Guerra Quase Desconhecida

Sabe quando um bom cantor resolve se arriscar como ator, é protagonista num filme e o cara é um sucesso na frente das câmeras também? Mais ou menos o que João Barone fez. O baterista dos Paralamas do Sucesso escreveu um ótimo livro de História. Filho de um pracinha da FEB (Força Expedicionária Brasileira), e pesquisador do assunto, ele apresenta o contexto da participação brasileira na Segunda Guerra, os detalhes do envio de 25 mil brasileiros para solo italiano, estratégias adotadas no campo de batalha e o legado da expedição.

O país entrou na guerra porque nazistas atacaram embarcações brasileiras a poucos quilômetros da costa catarinense, da fluminense e da nordestina. Milhares de civis morreram. Mesmo assim houve um período de debates na sociedade, mobilizações contra e a favor do Eixo (formado pela Alemanha, Itália e Japão) e um longo período de preparação para que as tropas brasileiras finalmente entrassem na guerra em território Europeu.  

Barone revela no livro que, ao contrário do que se imagina, a FEB  teve peso decisivo para vitória dos Aliados em um dos últimos pontos de resistência alemã: os montes italianos.  

O livro traz muitas curiosidades: um conceituado aviador da força aérea Nazista, Egon Albrecht era nascido em Curitiba. Outro brasileiro, Arthur Scheibel, se alistou na Marinha Mercante dos EUA e supostamente morreu no Dia D, que marca a chegada de tropas Aliadas na Normandia em 1942. Além disso, pelos serviços prestados, dois pracinhas, tenente Apollo Miguel Rezk e cabo Marcílio Luiz Pinto receberam uma das mais importantes honrarias do Exército Americano: a medalha Silver Star.


Depois da guerra, o governo não deu o devido reconhecimento aos pracinhas. Veteranos  foram pouco aproveitados (quase dispensados) pelo Exército Brasileiro. Mesmo a sociedade acabou esquecendo essa participação. Mas os italianos não esquecem. Até hoje, numa das áreas em que o exército brasileiro lutou, é costume presentear amigos com uma lata de pêssego em caldo. O gesto repete a caridade de pracinhas, que comovidos com o sofrimento o povo italiano durante a guerra dividam essas latas com a população local. 

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Se eu escolhesse os vencedores do Oscar...

Qualquer prêmio é polêmico e discordar dos vencedores do Oscar é um costume antigo entre os cinéfilos, por isso seguem os filmes que eu escolheria, mesmo que não tenham sido indicados.  

O critério é simples, só concorreram os filmes que eu vi!



Melhor Filme - O Jogo da Imitação* – a história dos primeiros passos da computação não é um filme nerd. É um filme de espionagem, afinal a máquina “Christopher” foi criada por Alan Turing para desvendar os códigos da comunicação interna dos nazistas. A tensão durante o projeto, as explicações teóricas e os dilemas do setor de inteligência durante a guerra fluem bem.

Melhor Ator – Benedict Cumberbatch* - O Jogo da Imitação – Benedict encarnou Alan Turing, um matemático antissocial, em dilema com a própria homossexualidade e em conflito com o comando do Exército Britânico em plena 2ª Guerra Mundial. Na parte final da vida de Turing, aparece um homem deprimido, enclausurado e sob efeitos de remédios para “corrigir” sua sexualidade.


Melhor Atriz – Rosamunde Pike* - Garota Exemplar – a protagonista Amy Dunne é uma escritora em crise no casamento. Durante o filme, Rosamunde convence como vítima, depois se torna a vilã, ai volta a aparecer como vítima, para finalmente ser a psicopata da história baseada no livro de Gillian Flynn.




Melhor Ator Coadjuvante - Geoffrey Rush – A Menina que Roubava Livros – o eterno vilão de Piratas do Caribe aqui é o padrasto bonzinho de Liesel, e que inclusiva a ensina a ler o livro roubado que da nome a história.




Melhores efeitos visuais – Êxodo: Deuses e Reis – pragas, guerras, abertura do Mar Vermelho, cidades inteiras egípcias reconstruídas para recontar a história de Moisés foram feitas com perfeição por computação digital.







Melhor Roteiro - Planeta dos Macacos: o confronto – uma boa história de guerra, traição, caos e tentativa de manter a ordem entre os poucos sobreviventes de uma doença contagiosa que dizimou a humanidade.





Melhor vilão [essa categoria eu tirei do MTV Movie Awards] - Joel Edgerton – Êxodo: Deuses e Reis –  Ramses envenena o própria pai [essa passagem fica subentendida no longa] para se tornar Faraó. De início tem como braço direito Moisés, mas o expulsa do Egito ao descobrir que Moisés é na verdade filho de judeus. A atuação de Joel durante as pragas que acometem seu povo e principalmente depois da morte de seu primogênito valeram esta premiação simbólica.



* indicados ao Oscar 2015 

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

PI pi pi pi pi pi

Chaves tinha acabado de montar uma gangorra com uma caixa e uma tábua e acertou a madeira acidentalmente no Professor Girafales. Neste momento o episódio do seriado foi interrompido para um plantão do SBT.
Soube da morte de Roberto Bolaños exatamente enquanto assistia a mais um daqueles episódios que nunca vou me cansar de ver, porque tenho a impressão de que aparecem piadas toda vez que assisto.
Bolaños trouxe o Shakespeare para o espanhol e criou o Chespirito. Botou uma letra a mais em Chaplin para dar vida ao Chapolin (e Jota Abreu juntou indícios de que a vila do Chaves é uma adaptação do filme O Garoto, em que Carlitos virou o Seu Madruga). Usou como cenário a pobreza. Brincava, mas falava de fome, de desemprego.
Chespirito fez humor com o que era simples. Escreveu piadas que parecem ter saído da mente de uma criança inocente, daquelas que surpreendem os adultos; popularizou as histórias de Dom Quixote, Napoleão, Romeu e Julieta, Júlio César; criou um herói sem coragem, um médico impaciente, uma vila inteira de personagens divertidos [de todos o meu favorito era o Pancada].
Valeu Roberto Bolanõs! Como escreveu Thiago Teixeira, Que no céu tenha muito sanduíche de presunto.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Resultado final do debate para presidência de Minas Gerais

Pesquisa final feita antes mesmo do fim do debate:

- Quem já ia votar na Dilma tem certeza que ela foi melhor no debate
- Quem já ia votar no Aécio tem certeza que ele foi melhor no debate
- Quem ainda não sabe em quem votar tá sentindo falta do Eduardo Jorge.  

sábado, 9 de agosto de 2014

Iano Ron

Cada time tem um orçamento e o Palmeiras está prestes a contratar Cristaldo. Um Cristiano Ronaldo com economia de sete letras.

Por que o Beatle atravessou a rua?

A foto foi tirada dia 8 de agosto de 1969 por Iam MacMillan na rua em frente ao estúdio. Parece até ter sido tirada às pressas para finalizar logo o álbum que seria o último dos Beatles. Difícil saber porque uma capa tão simples virou simbólica, cheia de mistérios. Paul está descalço porque o verdadeiro já morreu e quem toca é um substituto?

A Abbey Road dá nome ao disco e é ponto turístico em Londres. Quando estive lá tive a impressão de que os londrinos não fazem lá muita questão de tornar o local ponto de peregrinação. Ao contrário do que eu imaginava a faixa de pedestre não fica próxima a um semáforo, mas a um poste que seria o equivalente ao nosso amarelo piscante. Passam carros nos dois sentidos toda hora e os fãs da banda inglesa precisam contar com a paciência dos motoristas. Sim, eles buzinam.

Duas cenas me chamaram a atenção: quatro tiozões (da foto acima) estavam alegres como crianças porque iriam reproduzir a foto. Um deles fez questão de “sincronizar” a pose dos outros três e escalou o amigo para ser o Paul da vez, posando descalço.

O mais estranho, e aparentemente inexplicável, era o rapaz que estava lá para tirar as fotos (de agasalho roxo). Sim, ele parava o trânsito, pegava as máquinas dos “clientes”, batia a foto, devolvia a máquina. E só. O cara não cobrava nada de ninguém. Ainda deixava um disco Abbey Road ao lado para que turistas usassem de modelo, para não errar o lado ou a sequência. Não sei como ele sobrevive, mas digamos que ele joga por música. 

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Tecnologia

O celular tem câmera, touch screen, wi-fi, tem 3G, 4G, alguns até tela 3D. Mas é só você desligar e ligar de novo que ele perde a data e a hora.
E aquela agenda eletrônica dos anos 90 não perdia.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Tá tendo Copa

Adoro Copa, não escondo. Por isso mesmo, sempre quis ver o Brasil como país-sede. Só não imaginava que seria nesse clima de protestos. Dias antes da estreia dava até vergonha de falar bem do torneio.

Quando imaginava uma Copa por aqui pensava em algo diferente. As cidades-sede seriam onde já há times da elite ou estádios bacanas, como Campinas, Santos, Presidente Prudente. Fui bairrista demais nessa previsão/torcida e esqueci que o pessoal do Norte, Centro-Oeste também merece assistir ao torneio de perto.

A Copa definitivamente não é perfeita. Longe disso. Sete anos depois do anúncio que o torneio seria por aqui alguns estádios nem estavam prontos. A promessa de  mudanças na infraestrutura do país não foi comprida. Os estádios saíram mais caros que o previsto o que, no mínimo, é um indício de que o valor inicial era uma estimativa inocente.

Provavelmente eles se tornarão elefantes brancos – bonitos, imponentes, mas sem utilidade. É grande a chance de vermos de novo o filme dos Jogos Pan Americanos de 2007 (centros esportivos abandonados ou mesmo destruídos). O estádio da Copa construído da região Norte, por exemplo, fica em Manaus, sendo que Belém tem dois times rivais que lotam estádios.

Mesmo assim, acredito que os protestos contra a Copa se perderam no caminho. O dinheiro que foi para a Copa não tinha ligação nenhuma com os Ministérios da Saúde ou da Educação, mas se tornou verdade inquestionável que o que se gastava com a Copa foi desviado de hospitais e escolas.

Na verdade, se considerarmos todo o dinheiro público investido na Copa [essa conta depende de interpretação porque boa parte da verba vem de empréstimos de bancos estatais e o valor deve ser pago de volta] não ultrapassa um mês do que é gasto com educação no país. Claro que isso não anula as críticas às promessas não cumpridas.

O #NãoVaiTerCopa foi quase uma declaração de guerra, mas não impediu o evento. Muita gente se mantem intransigente, mas muitos deixaram as críticas de lado para apreciar o torneio, com ressalvas claro.

Torcer contra ou a favor da seleção é uma escolha pessoal. Nacionalismo se demonstra de diversas maneiras. O patriotismo no esporte é a manifestação mais descontraída e menos violenta de que se ama o país em que nasceu. Não é prova de que caminhamos para um mundo melhor, mas é sim divertido.

Temos muito a aprender com a Copa. O feriado em dia de jogo é a comprovação de que não existe mobilidade urbana. O contato com estrangeiros em clima de festa é uma chance de mudar o turismo.  O profissionalismo do esportivo europeu pode virar um espelho. A segurança reforçada para não atrapalhar o espetáculo pode servir de modelo.  

O evento já está rolando. Tem muito dinheiro envolvido, muitos interesses políticos e econômicos sim, mas tem também o lado humano, no melhor sentido da coisa. A torcida, a brincadeira, a diversão, a reunião, o lazer, o esporte. E nesse ponto que podemos (sem obrigação) curtir a Copa, o que não significa que deixamos os problemas do país de lado.


***Educados ou não, as  vaias e os xingamentos à presidente são uma forma de protesto. Diga-se de passagem, melhor do que promover o quebra-quebra e partir para uma guerra sem sentido com a Polícia.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

O que Senna fez de tão especial?

Não vi Senna “ao vivo”. Tinha quatro anos quando ele morreu e só me lembro vagamente “daquele cara que ganhava todas”. Comecei a me interessar por Fórmula 1 em 1997. Assistia às corridas, via reportagens, lia revistas e conheci o tal piloto que seria o melhor de todos os tempos. Não entendi bem por quê.

Será que era só nacionalismo? Exagero? Senna foi  tricampeão. Piquet também. Fangio penta. Senna venceu 41 corridas... mas Prost venceu 51, Schumacher então chegou perto das cem conquistas.

Depois entendi que não eram só números. A Fórmula 1 sempre foi um esporte complicado, difícil de acompanhar e entender. Tem o estado dos pneus, a qualidade do motor, estratégia de reabastecimentos.

Como ele fazia o brasileiro torcer como se fosse uma partida decisiva de futebol? Simples. Ele fazia a corrida ser emocionante. Ultrapassava. Não aliviava o pé. Ia até o limite. Se necessário ultrapassava esse limite. Além disso, criou uma sintonia muito grande com o povo brasileiro ao comemorar a vitória como se fosse um gol.

Ayrton conquistou bons resultados na pequena equipe Toleman; venceu com a Lotus; se meteu entre pilotos consagrados e os deixou para trás. Fez o impossível com um carro de corrida. Venceu somente com a sexta marcha (Interlagos em 1991); foi apelidado de Rei de Mônaco pelos triunfos no principado e era imbatível sob chuva, tendo registrado aquela que ficou conhecida como a melhor primeira volta de todos os tempos (Donington Park em 1993).

Também já tive uma fase de críticas a Senna. Achei que Piquet fosse superior. Só seria incompreendido. Achei que Schumacher, por ser um arrasa-recordes, fosse o melhor de todos. Soube da atitude às vezes arrogante de Ayrton com fãs e jornalistas. Criminalizei a batida proposital em Prost no Japão para garantir o título de 1990.

Percebo agora que ele era humano, com defeitos e qualidades. O que ele fez fora das pistas foi notável. Criou o Instituto Ayrton Senna e mostrou que não estava aqui só para erguer troféus. 

Além disso, frases e declarações deixam bem claro como ele conquistou tantas vitórias. Nada de sorte ou azar. Ele mostrou que é necessário ter muita dedicação e muita concentração para vencer. No esporte ou fora dele. 

terça-feira, 22 de abril de 2014

Ovo Pasadena

Foi ao mercado, viu que o mesmo ovo de Páscoa que comprou por R$59,90 agora custa R$9,90 e pôs a culpa no conselho administrativo da Petrobrás

segunda-feira, 14 de abril de 2014

E se...?

Se eu pudesse voltar no tempo faria roteiristas desistirem da ideia de fazer filmes de viagem no tempo. Já enjoou né?

terça-feira, 8 de abril de 2014

Catete!

Notícia no Estadão: Planalto e petistas rifam André Vargas e pressionam por renúncia

Essa história toda de renúncia de Vargas parece coisa do Carlos Lacerda, não é não?

quarta-feira, 26 de março de 2014

Não se engane

O cara da gravação "este número de telefone não existe" fala num tom que chega a ser humilhante, né? 

Parece que tá de mau humor porque você teclou errado. 

E a Anatel não faz nada! Hehe

Ucrânia e Rússia

A prova de que a geopolítica (essa sim) é uma caixinha de surpresa: a crise ucraniana começou com o povo querendo afastamento da Rússia e aproximação com a União Europeia. Agora uma província acaba de votar a favor de sua saída da Ucrânia para voltar para a Rússia.

Só que é bom questionar
O que vai acontecer na hora em que um o território quiser se separar da Rússia, mesmo que via plebiscito?