segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

PI pi pi pi pi pi

Chaves tinha acabado de montar uma gangorra com uma caixa e uma tábua e acertou a madeira acidentalmente no Professor Girafales. Neste momento o episódio do seriado foi interrompido para um plantão do SBT.
Soube da morte de Roberto Bolaños exatamente enquanto assistia a mais um daqueles episódios que nunca vou me cansar de ver, porque tenho a impressão de que aparecem piadas toda vez que assisto.
Bolaños trouxe o Shakespeare para o espanhol e criou o Chespirito. Botou uma letra a mais em Chaplin para dar vida ao Chapolin (e Jota Abreu juntou indícios de que a vila do Chaves é uma adaptação do filme O Garoto, em que Carlitos virou o Seu Madruga). Usou como cenário a pobreza. Brincava, mas falava de fome, de desemprego.
Chespirito fez humor com o que era simples. Escreveu piadas que parecem ter saído da mente de uma criança inocente, daquelas que surpreendem os adultos; popularizou as histórias de Dom Quixote, Napoleão, Romeu e Julieta, Júlio César; criou um herói sem coragem, um médico impaciente, uma vila inteira de personagens divertidos [de todos o meu favorito era o Pancada].
Valeu Roberto Bolanõs! Como escreveu Thiago Teixeira, Que no céu tenha muito sanduíche de presunto.