segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

PI pi pi pi pi pi

Chaves tinha acabado de montar uma gangorra com uma caixa e uma tábua e acertou a madeira acidentalmente no Professor Girafales. Neste momento o episódio do seriado foi interrompido para um plantão do SBT.
Soube da morte de Roberto Bolaños exatamente enquanto assistia a mais um daqueles episódios que nunca vou me cansar de ver, porque tenho a impressão de que aparecem piadas toda vez que assisto.
Bolaños trouxe o Shakespeare para o espanhol e criou o Chespirito. Botou uma letra a mais em Chaplin para dar vida ao Chapolin (e Jota Abreu juntou indícios de que a vila do Chaves é uma adaptação do filme O Garoto, em que Carlitos virou o Seu Madruga). Usou como cenário a pobreza. Brincava, mas falava de fome, de desemprego.
Chespirito fez humor com o que era simples. Escreveu piadas que parecem ter saído da mente de uma criança inocente, daquelas que surpreendem os adultos; popularizou as histórias de Dom Quixote, Napoleão, Romeu e Julieta, Júlio César; criou um herói sem coragem, um médico impaciente, uma vila inteira de personagens divertidos [de todos o meu favorito era o Pancada].
Valeu Roberto Bolanõs! Como escreveu Thiago Teixeira, Que no céu tenha muito sanduíche de presunto.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Resultado final do debate para presidência de Minas Gerais

Pesquisa final feita antes mesmo do fim do debate:

- Quem já ia votar na Dilma tem certeza que ela foi melhor no debate
- Quem já ia votar no Aécio tem certeza que ele foi melhor no debate
- Quem ainda não sabe em quem votar tá sentindo falta do Eduardo Jorge.  

sábado, 9 de agosto de 2014

Iano Ron

Cada time tem um orçamento e o Palmeiras está prestes a contratar Cristaldo. Um Cristiano Ronaldo com economia de sete letras.

Por que o Beatle atravessou a rua?

A foto foi tirada dia 8 de agosto de 1969 por Iam MacMillan na rua em frente ao estúdio. Parece até ter sido tirada às pressas para finalizar logo o álbum que seria o último dos Beatles. Difícil saber porque uma capa tão simples virou simbólica, cheia de mistérios. Paul está descalço porque o verdadeiro já morreu e quem toca é um substituto?

A Abbey Road dá nome ao disco e é ponto turístico em Londres. Quando estive lá tive a impressão de que os londrinos não fazem lá muita questão de tornar o local ponto de peregrinação. Ao contrário do que eu imaginava a faixa de pedestre não fica próxima a um semáforo, mas a um poste que seria o equivalente ao nosso amarelo piscante. Passam carros nos dois sentidos toda hora e os fãs da banda inglesa precisam contar com a paciência dos motoristas. Sim, eles buzinam.

Duas cenas me chamaram a atenção: quatro tiozões (da foto acima) estavam alegres como crianças porque iriam reproduzir a foto. Um deles fez questão de “sincronizar” a pose dos outros três e escalou o amigo para ser o Paul da vez, posando descalço.

O mais estranho, e aparentemente inexplicável, era o rapaz que estava lá para tirar as fotos (de agasalho roxo). Sim, ele parava o trânsito, pegava as máquinas dos “clientes”, batia a foto, devolvia a máquina. E só. O cara não cobrava nada de ninguém. Ainda deixava um disco Abbey Road ao lado para que turistas usassem de modelo, para não errar o lado ou a sequência. Não sei como ele sobrevive, mas digamos que ele joga por música. 

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Tecnologia

O celular tem câmera, touch screen, wi-fi, tem 3G, 4G, alguns até tela 3D. Mas é só você desligar e ligar de novo que ele perde a data e a hora.
E aquela agenda eletrônica dos anos 90 não perdia.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Tá tendo Copa

Adoro Copa, não escondo. Por isso mesmo, sempre quis ver o Brasil como país-sede. Só não imaginava que seria nesse clima de protestos. Dias antes da estreia dava até vergonha de falar bem do torneio.

Quando imaginava uma Copa por aqui pensava em algo diferente. As cidades-sede seriam onde já há times da elite ou estádios bacanas, como Campinas, Santos, Presidente Prudente. Fui bairrista demais nessa previsão/torcida e esqueci que o pessoal do Norte, Centro-Oeste também merece assistir ao torneio de perto.

A Copa definitivamente não é perfeita. Longe disso. Sete anos depois do anúncio que o torneio seria por aqui alguns estádios nem estavam prontos. A promessa de  mudanças na infraestrutura do país não foi comprida. Os estádios saíram mais caros que o previsto o que, no mínimo, é um indício de que o valor inicial era uma estimativa inocente.

Provavelmente eles se tornarão elefantes brancos – bonitos, imponentes, mas sem utilidade. É grande a chance de vermos de novo o filme dos Jogos Pan Americanos de 2007 (centros esportivos abandonados ou mesmo destruídos). O estádio da Copa construído da região Norte, por exemplo, fica em Manaus, sendo que Belém tem dois times rivais que lotam estádios.

Mesmo assim, acredito que os protestos contra a Copa se perderam no caminho. O dinheiro que foi para a Copa não tinha ligação nenhuma com os Ministérios da Saúde ou da Educação, mas se tornou verdade inquestionável que o que se gastava com a Copa foi desviado de hospitais e escolas.

Na verdade, se considerarmos todo o dinheiro público investido na Copa [essa conta depende de interpretação porque boa parte da verba vem de empréstimos de bancos estatais e o valor deve ser pago de volta] não ultrapassa um mês do que é gasto com educação no país. Claro que isso não anula as críticas às promessas não cumpridas.

O #NãoVaiTerCopa foi quase uma declaração de guerra, mas não impediu o evento. Muita gente se mantem intransigente, mas muitos deixaram as críticas de lado para apreciar o torneio, com ressalvas claro.

Torcer contra ou a favor da seleção é uma escolha pessoal. Nacionalismo se demonstra de diversas maneiras. O patriotismo no esporte é a manifestação mais descontraída e menos violenta de que se ama o país em que nasceu. Não é prova de que caminhamos para um mundo melhor, mas é sim divertido.

Temos muito a aprender com a Copa. O feriado em dia de jogo é a comprovação de que não existe mobilidade urbana. O contato com estrangeiros em clima de festa é uma chance de mudar o turismo.  O profissionalismo do esportivo europeu pode virar um espelho. A segurança reforçada para não atrapalhar o espetáculo pode servir de modelo.  

O evento já está rolando. Tem muito dinheiro envolvido, muitos interesses políticos e econômicos sim, mas tem também o lado humano, no melhor sentido da coisa. A torcida, a brincadeira, a diversão, a reunião, o lazer, o esporte. E nesse ponto que podemos (sem obrigação) curtir a Copa, o que não significa que deixamos os problemas do país de lado.


***Educados ou não, as  vaias e os xingamentos à presidente são uma forma de protesto. Diga-se de passagem, melhor do que promover o quebra-quebra e partir para uma guerra sem sentido com a Polícia.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

O que Senna fez de tão especial?

Não vi Senna “ao vivo”. Tinha quatro anos quando ele morreu e só me lembro vagamente “daquele cara que ganhava todas”. Comecei a me interessar por Fórmula 1 em 1997. Assistia às corridas, via reportagens, lia revistas e conheci o tal piloto que seria o melhor de todos os tempos. Não entendi bem por quê.

Será que era só nacionalismo? Exagero? Senna foi  tricampeão. Piquet também. Fangio penta. Senna venceu 41 corridas... mas Prost venceu 51, Schumacher então chegou perto das cem conquistas.

Depois entendi que não eram só números. A Fórmula 1 sempre foi um esporte complicado, difícil de acompanhar e entender. Tem o estado dos pneus, a qualidade do motor, estratégia de reabastecimentos.

Como ele fazia o brasileiro torcer como se fosse uma partida decisiva de futebol? Simples. Ele fazia a corrida ser emocionante. Ultrapassava. Não aliviava o pé. Ia até o limite. Se necessário ultrapassava esse limite. Além disso, criou uma sintonia muito grande com o povo brasileiro ao comemorar a vitória como se fosse um gol.

Ayrton conquistou bons resultados na pequena equipe Toleman; venceu com a Lotus; se meteu entre pilotos consagrados e os deixou para trás. Fez o impossível com um carro de corrida. Venceu somente com a sexta marcha (Interlagos em 1991); foi apelidado de Rei de Mônaco pelos triunfos no principado e era imbatível sob chuva, tendo registrado aquela que ficou conhecida como a melhor primeira volta de todos os tempos (Donington Park em 1993).

Também já tive uma fase de críticas a Senna. Achei que Piquet fosse superior. Só seria incompreendido. Achei que Schumacher, por ser um arrasa-recordes, fosse o melhor de todos. Soube da atitude às vezes arrogante de Ayrton com fãs e jornalistas. Criminalizei a batida proposital em Prost no Japão para garantir o título de 1990.

Percebo agora que ele era humano, com defeitos e qualidades. O que ele fez fora das pistas foi notável. Criou o Instituto Ayrton Senna e mostrou que não estava aqui só para erguer troféus. 

Além disso, frases e declarações deixam bem claro como ele conquistou tantas vitórias. Nada de sorte ou azar. Ele mostrou que é necessário ter muita dedicação e muita concentração para vencer. No esporte ou fora dele. 

terça-feira, 22 de abril de 2014

Ovo Pasadena

Foi ao mercado, viu que o mesmo ovo de Páscoa que comprou por R$59,90 agora custa R$9,90 e pôs a culpa no conselho administrativo da Petrobrás

segunda-feira, 14 de abril de 2014

E se...?

Se eu pudesse voltar no tempo faria roteiristas desistirem da ideia de fazer filmes de viagem no tempo. Já enjoou né?

terça-feira, 8 de abril de 2014

Catete!

Notícia no Estadão: Planalto e petistas rifam André Vargas e pressionam por renúncia

Essa história toda de renúncia de Vargas parece coisa do Carlos Lacerda, não é não?

quarta-feira, 26 de março de 2014

Não se engane

O cara da gravação "este número de telefone não existe" fala num tom que chega a ser humilhante, né? 

Parece que tá de mau humor porque você teclou errado. 

E a Anatel não faz nada! Hehe

Ucrânia e Rússia

A prova de que a geopolítica (essa sim) é uma caixinha de surpresa: a crise ucraniana começou com o povo querendo afastamento da Rússia e aproximação com a União Europeia. Agora uma província acaba de votar a favor de sua saída da Ucrânia para voltar para a Rússia.

Só que é bom questionar
O que vai acontecer na hora em que um o território quiser se separar da Rússia, mesmo que via plebiscito?

quinta-feira, 20 de março de 2014

Isso é mais ou menos Esparta

Uma mistura de resenha do filme 300 – A Ascensão do Império, chatice com a precisão histórica e vontade de escrever mesmo. Isso aqui não é um texto de um historiador, nem um artigo. Só um texto porque deu vontade de falar do filme.

A sequência de 300 é um filme bacana. Para por aí. É que o primeiro filme era mais intenso, diferente do que era normal no cinema. Vai ficar sempre à sombra. Na verdade, a parte dois é uma série um pouco confusa de batalhas navalhas, com muitos exageros, dos típicos do cinema norte-americano aos que extrapolam até mesmo o razoável hollywoodiano. Mesmo assim, vale a pena.

O filme que estreou agora conta o antes-durante-depois do enredo de 300. Isso mesmo. Mostra quando os gregos ficam sabendo que trezentas pessoas vão enfrentar o exército persa em Termópilas; a expectativa para saber no que deu a guerra na época que não tinha rádio nem internet; e o que acontece depois da derrota espartana (isso não é exatamente contar o fim do primeiro filme, era só prestar atenção na aula de história).

Assim como o primeiro filme, há imprecisões históricas – vamos a elas, já que mostrar o que está errado é uma paixão nacional.

É bom lembrar que todo filme reflete um pouco da atualidade. Os helenos são em boa parte a base da civilização ocidental (filosofia, ciência, política). Os persas, inimigos, invasores cruéis e sem coração, viviam no atual Oriente Médio, deram origem ao povo iraniano. Temos aí uma rixa Estados Unidos x Irã cinco séculos antes de Cristo.

Ah, helenos não tem nada a ver com Manoel Carlos. É que Grécia em grego é Hellas. Dá uma olhada no álbum de figurinhas da Copa do Mundo.

No filme, gregos dizem o tempo todo que estão defendendo a liberdade e a democracia. Seria lindo. Mas nem todas as cidades-estados tinham o sistema democrático. Esparta por exemplo era uma diarquia (isso mesmo dois reis). Além disso, nas democracias todos os gregos eram livres. Menos os escravos. Esses eram maioria na sociedade... mas o filme sequer cita a existência de servos em Atenas ou Esparta.
Mais uma: naquela época, o homossexualismo era comum entre os gregos. Principalmente entre os espartanos. O filme não cita isso em momento algum.

Xerxes não era careca
Os personagem principais do filme realmente existiram. Só que Xerxes não era exatamente aquele imperador-ostentação representado por Rodrigo Santoro (dublado de voz grossa, mais uma vez). Era um barbudo que caiu em desgosto depois de perder de goleada a guerra mais fácil da Idade Antiga.

No filme, quem lidera o exército inimigo é Artemísia. Vendo o filme acreditei que era uma licença poética. Achei impossível para aquela época uma mulher comandar uma tropa, mas apesar do machismo da Antiguidade, a personagem existiu mesmo! Foi uma grega que lutou contra os gregos e liderou alguns navios persas na batalha de Salamina.

O protagonista é o ateniense Temístocles, general que uniu o povo grego contra os persas e que traçou estratégias criativas para derrotar uma frota maior que a helena. Bacana, mas o filme não mostra o que aconteceu depois. Ele encheu a paciência dos conterrâneos até ser condenado ao ostracismo, uma espécie de “não me apareça mais por aqui”. Foi refugiar-se sabe onde? Sim, foi para o lado persa, mas aí são outros trezentos.

Grécia 2 x 1 Pérsia
Enfim, a batalha aconteceu. Persas venceram nas Termópilas, mas levaram a virada em Salamina, mesmo tendo um exército bem superior. Não vou me ater em números, porque se até hoje é complicado confiar em números de manifestantes em protestos, imagine em uma guerra que foi há 2.500 anos! Enfim, o fato é que vitória grega nessa batalha foi uma zebra maior do que a seleção da Grécia levar o caneco da Eurocopa 2004. (Ainda me pergunto se isso aconteceu mesmo).

A vitória grega nessa batalha do filme fez com que Atenas e Esparta se tornassem duas cidades imperialistas. Cresceram a ponto de se estranharem, caíram em violentas guerras uma contra a outra, enfraqueceram-se e viraram presa fácil para o Império Macedônico. Mas aí é já é outro filme, Alexandre (o Grande).


Fontes?

Bom, a ideia era não ser uma dissertação, mas este texto se baseia na leitura de algumas edições de Galileu, Super Interessante e Aventuras na História, um livro aqui, outro ali, consultas preguiçosas no Wikipédia (sim, eu acesso mesmo) e algumas lembranças das divertidas aulas de História do Ricardo, no cursinho. 

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Perfil - Como é a vida do autor de mortes falsas?

Ele empenha toda a sua energia na cobertura da morte de Michael Schumacher, anunciada ao mundo antes de qualquer comunicado do hospital, assessores e familiares. Uma verdadeira proeza e exemplo de profissionalismo.

Mas afinal, quem é esse que dedica parte do seu tempo para noticiar o falecimento de famosos que por acaso ainda estão vivos?

Seu trabalho de checagem é elaborado. Impressiona pela complexidade. Trata-se de um raciocínio lógico: foi internado, então morreu. Está em coma: luto. Cabelo branco: uma grande perda.

Depois desse trabalho árduo, manda e-mails, coloca a notícia nas redes sociais e só espera a repercussão. São milhares de compartilhamentos, comentários, até que alguém lá embaixo na timeline avise “peraí, galera, o cara tá vivo!”. Mas não tem problema. Amanhã ele publica a notícia de novo. 

Lutou bravamente contra o centenário de Oscar Niemeyer e o fim do mandato de José Alencar. Já enterrou José Sarney, Jô Soares, Cid Moreira e Roberto Bolaños.

É o único autor de obituário que precisa publicar uma errata, direito de resposta ou “outro lado”, que neste caso, não é o lado da morte. É o lado de quem não morreu e não gostou muito dessa brincadeira de ficar sabendo pela internet que passou dessa para uma melhor (ou vai saber...).

Dono de um currículo invejável é também fotógrafo de mão cheia (não me pergunte de que). Tirou fotos exclusivas dos cadáveres de Osama Bin Laden e de Paul Walker, instantes depois da execução e acidente, respectivamente. Tratou de publicá-las depois dos acontecimentos, sem censura, para todo mundo ver o que só ele viu.

Em tempo: ele lamenta profundamente o uso inadequado de seus furos jornalísticos em golpes na internet. Links maliciosos com vírus costumam ser colocados nas fotos de ídolos recém-falecidos. Um absurdo. Afinal, estragam todo o trabalho de apuração que teve para escrever sobre as causas de morte de quem ainda respira. Perde toda a credibilidade.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Perguntas, respostas e opiniões sobre a morte de Santiago Andrade

Não houve intenção de acertar o cinegrafista? Então, qual era a intenção? Acertar alguém... qualquer um? Só dar um susto?

O cinegrafista estava no lugar errado, na hora errada? Não foi ele quem tornou a hora e o lugar errados. Quem fez isso é quem saiu para “protestar” com um artefato explosivo. Quem faz isso é quem (mesmo sem armas) sai para as ruas com a violência no gatilho da mente.

A imprensa tem sido passional nessa cobertura? Não tem como não ser. Não deveria ser. O jornalista não é uma rocha.

A morte do cinegrafista da TV Bandeirantes é uma agressão ao que o jornalismo e o jornalista fazem e representam.

A imprensa deve ser questionada, criticada, contrariada quando necessário. Mas de maneira democrática.

Atacar fisicamente repórter, fotógrafo, repórter cinematográfico é a agressão ao não-combatente, em outras palavras: terrorismo.