quinta-feira, 28 de abril de 2011

Politicamente correto on/off

Volta e meia voltam à tona os tais limites do humor, como se essa fosse uma área passível de delimitação. E a discussão voltou recentemente com o quadro Casa dos Autistas do programa Comédia MTV (melhor programa e humor da atualidade, na minha avaliação).
Querendo ou não, a essência do humor é o politicamente incorreto. De maneira negativa são retratados loiras, portugueses, cariocas, paulistas, baianos, negros, gays, judeus e muitos, muitos outros. No caso do programa citado, os autistas. Quando esse estilo cômico entra em conflito com o politicamente correto, cria-se a confusão. ONGs e Ministério Público entram com ação na justiça e humoristas formam uma corrente de camaradagem para se defenderem.
Falando do quadro do Comédia MTV propriamente: foi bem sem-graça. Não digo pela parte discriminatório, mas pelo lado cômico. Não havia nada de muito risível.

[Modo politicamente correto on] Infelizmente os redatores do programa erraram a mão. Repare que algumas piadas abordando o homossexualismo, os negros, ou os baianos geram revolta e outras não. Nesse caso, não havia muito jeito de não revoltar: além do tom exagerado e de ridicularização, o quadro teve uma longa duração. A intenção de fazer humor com esse tema polêmico era clara.
E vale lembrar que o humor sempre vai rebaixar alguém. Assim, as lutas de ONGs que abordam o autismo vão pelo ralo.

[Modo politicamente correto off] Agora perceba a sua vontade de assistir ao vídeo. Se você riu então, nem conte para ninguém. O humor "rebaixante"(inventei isso agora), pesado, politicamente incorreto parece ter uma facilidade maior em provocar o riso. Isso porque a própria proibição de se contar a piada acaba lhe entregando um charme a mais.
Apesar de pensar "meu Deus, que piada forte", nada te impede de rir. Ou mesmo de querer ouvir a piada. Veja os casos dos melhores representantes da piada de humor negro: Rafinha Bastos e Danilo Gentili. No entanto, dependendo do caso (e nesse do comédia MTV, é) a piada de humor negro só pode ser passada de pessoa para pessoa, principalmente para aquela pessoa que você sabe que não ficaria incomodada. Torna-la pública é um passo ousado, as vezes um passo quando se está a beira do precipício.
E bom, digamos que ninguém nas ONGs e no Ministério Público tem muita vocação para humorista. A discussão foi posta na mesa [de debate] e eles estão lá para defender seu segmento, ou a população em geral. Os humoristas estão ai para questionar e tentar empurrar esses limites morais com a barriga.
***
E aproveitando que você não vai conter sua curiosidade e vai assistir ao vídeo, vale ver até o fim, já que os quadros do vendedor de tapete e a música do Caetano são ótimos.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Ufaa...

O Brasil poderia ser pior: poderia ter casamentos reais. Já pensou?
Ainda bem que aqui não temos essas coisas atrasadas!

Champions

A Copa dos Campeões da Europa pode ter grandes times, craques, lindos estádios, estrutura impecável.
Mas essa música tema aí não dá!

Isso a Libertadores faz bem em não copiar.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Desnutrição política

Notícia no site da Folha
A secretaria [de desenvolvimento econômico], até hoje dirigida pelo vice [Guilherme Afif, que trocou o DEM pelo PSD], abriga algumas das vitrines da administração tucana em São Paulo, como a rede de escolas técnicas estaduais, os programas Via Rápida do Emprego e a Universidade Virtual, além de órgãos como a Junta Comercial do Estado.

Com a mudança, a vaga de Barbosa no Desenvolvimento Social ficará com o deputado federal Rodrigo Garcia (DEM). Assim, os "demos" controlarão, como desejavam, programas como o "Bom Prato" e o "Viva Leite", recém-transferidos da Secretaria de Agricultura.

Ou seja: tudo que o DEM queria era uma prato de comida e um copo de leite. Sofre da desnutrição política, no momento.
*

segunda-feira, 25 de abril de 2011

No Oriente Médio

Notícia sobre revoltas na Síria no site G1
"Outro manifestante, Abdullah al-Harriri, disse à AFP: 'Eles estão disparando para todo lado e avançando por trás de blindados, que os protegem', afirmou ele. 'A eletricidade foi cortada e as comunicações por telefone são praticamente impossíveis'.
Jornalistas estrangeiros estão sendo proibidos de entrar no país, o que torna difícil confirmar informações"
******
Isso tudo num país onde o governo atendeu a reivindicações dos manifestantes encerrando o Estado de Emergência. Nada faz sentido mais, não é?
_

sábado, 23 de abril de 2011

A tal campanha contra a sacolinha de supermercado...

Essa revolta do mundo contra as sacolinhas de plástico nos supermercados tem suas limitações. E quem usa a sacola como saquinho de lixo?

Aí, ele troca a sacola de plástico por uma sacola ecológica... e vai por o lixo aonde? No saco de lixo [preto]... que é o que? DE PLÁSTICO!

A consciência ambiental envolve muito mais coisas do que a sacola de plástico. E os produtos que você põe na sacola?

O problema das sacolas de lixo tapando bueiros diz respeito a todo tipo de lixo descartado de qualquer maneiras e que permanece nas ruas por causa da falta de eficiência do serviço público de limpeza.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Trump x Seinfeld... Política x Humor

Notícia no Terra 
Após cancelar sua presença em um evento de caridade da Fundação Eric Trump, Jerry Seinfeld (à direita na foto) recebeu uma carta irada de Donald, pai do filantropo e um dos homens mais ricos dos EUA. As informações são do site do jornal The New York Post.
O comediante confirmou sua aparição no evento em janeiro, concordando em se apresentar no Trump National Golf Club, em Biarcliff Manor, vilarejo localizado no Estado de Nova York. No entanto, isso ocorreu antes do anúncio de Trump (à esquerda na foto, à extrema direita na política) de que poderia concorrer à presidência do país. Depois disso, o empresário passou a criticar com afinco o presidente Obama, questionando, inclusive, sua nacionalidade, fato que teria deixado Seifeld extremamente desconfortável, de acordo com um representante.
"Eu acabo de saber que você cancelou um show para o evento de meu filho", disse Donald no documento enviado ao comediante na quarta-feira (20), "e com a justificativa de eu estar sendo muito agressivo com o presidente Obama, que está fazendo um trabalho absolutamente terrível como nosso líder".
Primeiramente, Trump usou de sentimentalismo para descrever seu desagrado com o cancelamento. "Nós não ligamos para o fato de você ter quebrado seu compromisso, ainda que isso deixe as crianças do (hospital) St. Jude muito desapontadas e apesar de seu empresário ter afirmado com clareza que você seria verdadeiramente um homem de palavra".



Depois, contudo, passou a demonstrar indignação, chegando a ofender o artista e o talk show atualmente produzido por ele. "O que me faz sentir mal em relação a tudo isso é que eu concordei em fazer, e fiz, uma aparição em seu show falido, The Marriage Ref, mesmo que eu o achasse absolutamente terrível. Apesar de seus índices de audiência baixíssimos, eu não cancelei com você como você fez com o meu filho e o St. Jude. Eu só gostaria de ter feito o mesmo". Ele ainda encerrou a carta dizendo que o comediante deveria ter vergonha de si.
O representante de Jerry afirmou que, mesmo com o cancelamento, ele fará contribuições tanto para a Fundação de Eric Trump quanto para o Hospital St. Jude, especializado no tratamento de crianças. "Seinfeld sente que esse tipo de demagogia (de questionar a nacionalidade de Obama) não tem espaço em um discurso público e resolveu respeitosamente não voltar atrás em relação ao evento", explicou.

****
Comentário do RLE
Não posso dizer nada do show The Marriage Ref, mas nada explica o ataque do presidenciável americano ao humorista. Além do lamentável apelo populista citando as crianças do hospital, sua postura ao questionar a nacionalidade de Obama é preconceituosa, demonstrando que ainda vive no século 19.  

Simpsons e o beijo gay

Folha de São Paulo:
Globo cortou cenas de alcoolismo, trote telefônico e um beijo gay entre Homer e Moe, no episódio "Todo o Mundo Morre um Dia" de "Os Simpsons", exibido na manhã da sexta-feira passada.


A sequência teve mais de um minuto e era importante para a conclusão do capítulo. A emissora afirma que não mostrou as imagens do desenho devido à classificação indicativa do horário, que é livre.


****
Comentário do RLE
Estranho o fato do homossexualismo ainda ser barrado pela classificação indicativa da TV. Jair Bolsonaro iria adorar saber dessa censura. Além disso, cortar trotes telefônicos e cenas de alcoolismo é praticamente cortar a essência dos Simpsons. Se é pra picotar, é melhor nem passar. Talvez o melhor seja alterar o horário do desenho.


E volto a criticar o fato de a Globo estar passando episódios muito antigos do seriado - esse ai acima citado é de 1991, sendo que a Fox produz o seriado até hoje. 

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Falar de corda em casa de enforcado

O coitado do filho do Tiradentes correndo pela cidade de Vila Rica ainda teve que ouvir os mais desinformados gritando: "Que pressa é essa? Vai tirar o pai da forca?"


***


Esse feriado de Tiradentes junto com a Páscoa me lembra de quando a Folha de São Paulo publicou um de seus erros mais graves: escreveu algo como "Jesus morreu enforcado em Gólgota". É atirar pedra na cruz né?

Evangelho Segundo Saramago

José Saramago reescreveu a história de Jesus de uma forma única, polêmica e genial em O Evangelho Segundo Jesus Cristo. Além do seu próprio estilo de escrita – sempre irônico e minucioso – criou uma nova história da vida do Messias do catolicismo adaptada a ideias diferentes daqueles dogmas das igrejas cristãs. Além do mais, não podemos nos esquecer que o escritor era ateu, e em consequência das reações ao teor crítico de seu livro, Saramago deixou Portugual para viver nas Ilhas Canárias.. Enfim, material puro para filosofar.  


No evangelho de Saramago (que aliás, é escrito em terceira pessoa), José é um jovem inseguro e pai inexperiente que pouco valor dedica à Maria. Ela nem se atreve a falar mais do que o necessário, tendo em vista a dura repressão à mulheres. O livro também trata de um trauma do pai de Jesus: apesar de ter salvo o filho do massacre de crianças em Belém, José vive com o remorso das outras 25 crianças do vilarejo que não foram salvas, tendo pesadelos todas as noites. Outro fato peculiar na obra, é que José acaba morrendo na cruz, confundido com um rebelde. 
Jesus (descrito com características humanas) se revolta ao saber que o pai seria responsável pela morte de tantas crianças e foge de casa. Acaba, inclusive, herdando o pesadelo do pai. Depois de discutir com Maria, vai viver com um pastor, que mais tarde descobriria ser o próprio Diabo. 


Na história, Jesus tem vários atritos com Maria e seus irmãos e praticamente se casa com Maria Madalena. 


O escritor português narra com maestria os costumes da época, os milagres de Jesus e seu contato com os apóstolos. Judas não aparece como traidor, mas o único dos apóstolos disposto a obedecer à orientação de Jesus (que queria ser entregue aos romanos).


Um dos momentos mais marcantes do livro é a conversa entre Jesus e Deus. Enquanto este  último é descrito como um deus romano, preocupado em conquistar o poder sobre outros deuses criando uma religião mundial, o primeiro é retratado como um revoltado que não admite que seu Criador esteja gerando guerras e mais guerras por esse motivo. A certa altura, Jesus pede para saber como seus apóstolos e seguidores morreriam e Deus lista todas as vítimas e flagelos da nova fé que nasceria.  Mesmo assim, Cristo dá continuidade a sua missão na Terra. 


Por fim, o trecho final do livro (que não cita a ressurreição), vem o desfecho arrebatador. Na cruz, o protagonista perde a paciência com seu Pai e grita “Homens, perdoem-no. Ele não sabe o que faz”.


*****


Em tempo... parece que eu contei o fim do livro. Mas o que importa é o livro inteiro, as diversas mensagens e reflexões nele contidas!

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Número 1

O ator Charlie Sheen é considerado o homem mais influente do mundo. Na opinião do cantor Justin Bieber. 


Pronto, agora você pode voltar a viver a sua vida. 

segunda-feira, 18 de abril de 2011

PSDB - B = PSD

Metade dos vereadores eleitos pelo PSDB para a Câmara Municipal de São Paulo está deixando o partido para aderir ao misterioso PSD do Kassab. Agora o eleitor pode reclamar no Procon por ter pedido tucano e levado lebre? 


Lembram-se daquela campanha anti-Kassab depois da saída de Serra da prefeitura? "Votei mais não foi nele"? Vislumbra-se criar o "Votei, mas não foi nesse número".

domingo, 17 de abril de 2011

Xangai, Hamilton e desgaste de pneus

Difícil lembrar de uma corrida tão boa quanto essa da China neste domingo. Ainda mais quando nenhum fator externo (exemplo: chuva) deixa tudo imprevisível. Tenho que admitir que as mudanças no regulamento da Fórmula-1 foram responsáveis pela ótima disputa. Isso porque critiquei a pouca resistência dos pneus, obrigando pilotos a fazer várias paradas. 


Acontece que na China as equipes estavam mais preparadas para contornar o desgaste dos pneus. Resultado: diferentes estratégias e um resultado imprevisível. Além disso, a facilidade para ultrapassar (que chegou com o novo regulamento) também motiva os pilotos a brigar por posição: "Bom, eu vou parar na próxima volta, mas se estou bem mais rápido que o piloto da frente, porque não ultrapassar?". Suponho que esse tenha sido o pensamento de vários competidores, já que foram muitas as disputas por posição de quem estava prestes a entrar nos boxes. 


Por falar em boxes, a vitória de Hamilton em Xangai pode ter acontecido graças a um erro no pit. E não, não foi um erro da equipe. Jenson Button, da McLaren, estava entre os 3 primeiros e brigava pela vitória até entrar na área de pit stop da Red Bull. Os mecânicos da equipe austríaca não entenderam nada e recuaram. Não é a primeira vez que isso acontece com o time dos energéticos. Em 2008, Jaime Alguersuari fez a mesma coisa, mas com a justificativa de sua equipe ser a Toro Roso, irmã mais nova da RBR. 


Já o alemão Sebatian Vettel viu que não basta ter um carro impecável se os pneus não estão no melhor ponto. Não teve como segurar a ponta, e Hamilton sagrou-se vencedor. Além do desgaste dos pneus, o alemão enfrentou problemas na comunicação via rádio com sua equipe. De qualquer forma, ainda é o líder, mas agora sabe que tem uma McLaren no seu encalço. 


Já Mark Webber, o australiano da Red Bull, fez uma fantástica corrida de recuperação e subiu ao pódio mesmo depois de largar em 18º. Nesse final de semana, saiu com saldo positivo. Um fôlego na disputa interna com Vettel. 


Felipe Massa chegou a ocupar o segundo lugar, mas a sua tática era arriscada. Perderia tempo demais trocando pneus e o carro rendia pouco na reta final da prova. Caiu para o 6º posto. Pelo menos à frente de Fernando Alonso. 


****
Boa corrida de Nico Rosberg. Liderou por um tempo na confusões das paradas e acabou em 5º. Merece uma vitória ainda nessa temporada. 


***
Se a Lotus Renault não deu sequência a sua boa série de resultados nesse final de semana, a Force India manteve o nível. Já a Williams de Barrichello e Maldonado toma o posto de maior decepção desse início de temporada. Não consegue sair do pelotão de trás. 


***
A ótima vitória de Lewis Hamilton não foi suficiente para o inglês merecer algo mais do que um dos mais feios troféus que já vi na F-1. 

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Tiro no pé

Fala-se agora em referendo sobre desarmamento. A bola foi levantada pelo presidente da casa, José Sarney. Oportunismo, sim, mas a idéia seria apresentada mais hora, menos hora. 
A partir daí surgem opiniões variáveis. A mais ouvida é de que “o brasileiro votou em 2005 para o comércio de armas continuar”.
A associação do crime do Realengo ao referendo não é exatamente apropriada. O tal Wellington não comprou as armas numa loja, mas comprou ilegalmente. A arma vendida na ilegalidade vem do tráfico, na grande maioria das vezes. Talvez com um resultado diferente no referendo anterior, isso teria acontecido do mesmo jeito. 

De qualquer maneira, a volta do assunto na boca do povo – e da mídia – trouxe um velho argumento pró-armamento muito perigoso: “o cidadão votou pelo direito de se defender. O bandido tem a arma e o cidadão deve ter como se defender.” Não é bem assim. 
Quantos casos já vimos no noticiário de crianças que pegam o revólver do pai na gaveta do escritório para brincar? E de filhos, pais, ou seja quem for, que pegam a arma “caseira” para familiares ou vizinho pelas mais variadas razões? 

Talvez não seja demais votar sobre o assunto novamente, já que esses tipos de argumentos revelam o quanto o assunto está mal-explicado. 

terça-feira, 12 de abril de 2011

Humor na Televisão

A temporada 2011 do Comédia MTV mantém o mesmo nível de qualidade do programa no ano passado. Aliás, a ideia de mudar o dia de exibição para terça-feira (22h) foi genial: bem na hora do já maçante Casseta & Planeta, hoje falecido. Apesar disso os musicais estão um pouco sem graças.


O cenário do humor televisivo teve nessa semana uma aguardada estreia: o programa Sensacionalista foi ar pelo Multishow e a primeira edição está disponível na íntegra no site dos humoristas. 


Trata-se de um telejornal humorístico (como se vê ao lado), um formato que pelo jeito irá cansar, se continuar na mesma toada. Algumas atuações deixam a desejar. Enfim, o programa dá uma impressão de que ainda está cru, mas o texto é bom [destaque para a "notícia" do rapaz que matou a avó 17 vezes]. O que faz falta no programa - talvez por passar em um canal da Globo - são as piadas com artistas, jogadores e políticos.


Ficam as dicas. 

domingo, 10 de abril de 2011

Hai kai de Páscoa

Olha o que é colomba pascal:
Desculpa pra vender panetone
Fora da época do Natal

Mais um alemão tirando o sono de alguém

Neste momento algum jornal de um país tropical está publicando uma análise criteriosa sobre porque um alemão, correndo com o mesmo carro, consegue vencer as duas primeiras corridas do ano enquanto o piloto local não alcança o pódio. Parece um repeteco de Schumacher-Barrichello, mas se trata de Vettel-Webber.

Se na primeira corrida eu hesitei em ratificar a força da Red Bull, agora não tenho dúvidas. Outra aparente surpresa da primeira corrida se confirmou neste domingo na Malásia: a Lotus Renault terá uma grande temporada pela frente. E o pódio de Nick Heidfeld cala as críticas quanto ao seu desempenho na primeira corrida. Dessa vez, com tempo para se adaptar ao carro da equipe francesa, o alemão alcançou a terceira posição. O que Bruno Senna faria no lugar continua uma incógnita, mas o brasileiro ainda não tem ritmo de corridas no pelotão da frente.


Ferrari e McLaren começam o ano com papel de coadjuvantes - têm muito trabalho pela frente nessa temporada. Ao pessimista Felipe Massa, um quinto lugar veio em boa hora (claro, com uma forcinha do toque entre Hamilton e Alonso, o brasileiro subiu duas posições).
*****
A cada corrida, me convenço de que Schumacher ganha um salário absurdo pela Mercedes. Difícil imaginar outra razão para o piloto aceitar correr no pelotão do meio (terminou no 9º lugar). Aliás, a equipe alemã ainda não passou de promessa de pré-temporada. 
***
Faltou chover para a corrida ficar emocionante. Dá metade para o fim, até que o Grande Prêmio de Sepang ganhou emoção, mas a FIA não está ajudando muito. A regra que permite alterar a asa traseira para facilitar ultrapasagens é genial, mas não faz sentido ela vir aliada à pneus poucos resistentes. Pilotos e equipes se programam para parar 3 e até 4 vezes e não se programam para lutar por posições. Para quem assiste fica uma confusão, como foi a corrida deste final de semana.

sábado, 9 de abril de 2011

Próximo livro

Eu ia começar a ler um livro de Saramago quando o escritor português morreu. Agora estava lendo Às Margens do Sena, biografia do jornalista Reali Júnior e hoje fui informado de sua morte.


Alguém aí tem o livro Marimbondos de Fogo, do José Sarney, pra eu poder ler?

Elpídio Reali Junior

Fui surpreendido hoje com a notícia da morte do jornalista Reali Júnior, da Rádio Jovem Pan, que eternizou o slogan "Às margens do Sena, junto à maison de la radio" seja lá o que isso signifique. Mas era uma frase marcante.


Ótimo jornalista, Reali era uma símbolo de correspondente internacional. Mesmo trabalhando  para dois veículos ditos conservadores, como Estadão e Jovem Pan, teve biografia escrita por Gianni Carta, com direito a introdução de Mino Carta, ambos da revista de centro-esquerda Carta Capital. 


Por coincidência, estava e estou lendo o livro "Às Margens do Sena" e vinha me tornando cada vez mais fã do Epídio (sim, esse era o seu nome...). Ele trabalhou na cobertura do Golpe Militar, fugiu para Paris por causa da perseguição na ditadura. Nas últimas décadas vinha abordando crises mundiais, Copas do Mundo e mais tudo que for pauta na Europa e que mexa com o mundo inteiro.


Reali Júnior nasceu em Bauru em 1939, mas ainda não vi referências à perda desse grande jornalista na imprensa local. 


Vai ser diferente a partir de agora ouvir o Jornal da Manhã sem o seu boletim com o encerramento "Jovem Pan Paris volta a chamar sua sede em São Paulo, Brasil". 

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Depois...

Quando acontece uma tragédia, já saem indicando culpados: bullying, porte de armas, fanatismo religioso. Vamos com calma. Discutir essas questões polêmicas é muito importante, mas não dá certo fazer isso "no calor do momento".

Também estão destacando o fato de o assassino ter tido contato com o islamismo. Isso não diz nada. Há tipos e tipos de islamismo. Vários franco atiradores ouviam música clássica e ninguém declarou guerra às óperas.

Vamos com calma.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Cursinhos, universidades e o mercado: a culpa é de quem?

Alunos de faculdades públicas decepcionados com o ensino que estão recebendo. Quem são os grandes culpados? É tentador responder que é o governo, mas minha primeira resposta seria: a culpa é do mercado.


Por que? Os cursinho pré-vestibular. Vou partir do meu exemplo: as aulas eram divertidas, interessantes sim, mas os professores sempre tocam no mesmo ponto: "O importante é passar numa faculdade pública". O motivo? "É bom para o currículo" diziam os mestres. Nas particulares reina o "pagou passou".
Dado esse discurso, as instituições USP, Unesp e Unicamp se tornavam aos poucos em grandes pesadelos  - e metas - de todo estudante. Se a pergunta não cai nesses vestibulares (incluindo também as federais e estaduais do restante do Brasil) não tem importância. Mas se cai, tem que saber responder. Tem que passar.
Depois disso, os cursinho só precisam somar o número de aprovados e colocar no jornal: Cursinho X, 00 aprovados na faculdade y, no curso Z.


Quando o estudante alcança o seu objetivo (ou o objetivo do cursinho?) chega na faculdade e se depara com um ensino extramente crítico ao mercado - vou me limitar a falar dos cursos de humanas e comunicação. Até aí, nenhum problema. Aliás, melhor ainda. Mas em muitos casos a filosofia de ensino de alguns cursos de faculdade públicas praticamente ignora o mercado. Centra-se na pesquisa, nos projeto sociais, nas ONGs, no trabalho acadêmico. Pouco ou quase nada fala-se do mercado. Ou critica-se o dito cujo.


O estudante que chegou empolgado para entrar no mercado se depara com aulas que não falam do mercado. Em alguns casos, quando vai buscar emprego, percebe que o peso dado a instituições públicas não é maior que o dedicado às particulares.
Aí reside a culpa dos cursinhos. Ao invés de salientar as peculariedades do modus operandi do Estado (por meio das universidades estaduais e federais) e da iniciativa privada, centra-se em inflar a idéia de que o importante é passar numa USP ou Unesp e que as faculdades particulares são indústrias do ensino [olha só quem está falando].
Claro, Fuvest e Vunesp também tem culpa no cartório. Querem abraçar o mundo nas suas provas, mas abrem pouco espaço para esse tipo de reflexão.


Resultado? O estudante que passou no vestibular, se decepciona. Os professores universitários se decepcionam com alunos "alienados" que só pensam no mercado. Os empregadores se decepcionam com os recém-formados que pouco tiveram aulas práticas. Talvez porque ouvissem falar tão bem de universidades públicas e tivessem traduzido isso para "vão trabalhar melhor para mim".


A indústria do vestibular, alimentada pelo pensamento do mercado acaba vitimando [olha só!] o próprio mercado.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Outros tempos

Ana Maria Braga, Hebe Camargo, Shakira e agora Bono Vox.

E tem gente dizendo que a Dilma não é tão popularesca quanto o Lula. Pode?