quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Os 7 melhores e os 3 piores filmes do ano

Os sete melhores e os três piores filmes que vi este ano
Ia fazer uma lista de 10 mais, mas resolvi resumi-la e quebrá-la em duas pra facilitar.


1 – Jurassic World – para quem é fã da série Jurassic Park sempre ficou com a impressão de estava faltando algo: o parque aberto para o público. As outras sequências eram mais próximas de ação e terror do que ficção científica propriamente dita. E não se criavam mais dinossauros. Isso voltou em 2015. Também foi diferente ver os dinossauros adestrados (ou quase).

2 – O Jogo da Imitação – a invenção de uma gigantesca e complexa máquina de calcular (que hoje chamamos de computador) para decifrar os códigos usados pelos nazistas envolveu mais do que cálculos. A biografia de Alan Turing mostra como foi fundamental para os Aliados decifrar a comunicação dos alemães.

3 – Perdido em Marte – finalmente uma ficção científica com acertos científicos. Interessante até para quem trabalha com Assessoria de Imprensa e Relações Públicas: como anunciar para o mundo que sua empresa deixou um cara para trás, ali em Marte? Sem contar que música “Spaceman” do David Bowie se encaixa tão perfeitamente nesse filme que fica na cabeça do espectador por alguns dias.

4 – A Teoria de Tudo – a biografia e as teorias de Stephen Hawking são apresentadas de forma leve e didática. A progressão da Esclerose Lateral Amniótica que limitou os movimentos do físico é assustadora e a atuação Eddie Redmayne no papel principal é impressionante.

5 – Birdman – um filme quase surreal. O mais interessante é tentar entender a mente de uma celebridade marcada pra sempre por causa do papel de protagonista num filme de super-herói. E olha que o protagonista Michel Keaton já interpretou o Batman.

6 – Um Senhor Estagiário – única comédia da lista. E esse é meu gênero favorito. No início parece um filme banal, mas os ensinamentos do personagem de Robert de Niro para a chefe sem experiência [Anne Hathaway] valem a pena.

7 – Star Wars Episódio 7 – o Despertar da Força – a sequência da saga foi criticada por muitos fãs e pelo próprio criador George Lucas, que desta vez não mexeu no roteiro. De fato alguns pontos deixam a desejar, como a falta de novos mundos ou máquinas mirabolantes. Mas a uma certa altura, quando o filme parecia uma historinha banal, Star Wars 7 ganha um roteiro surpreendente. E o fim deixa espectadores ansiosos pelo episódio 8.

Outros destaques: Pixels, Ponte dos Espiões e Sniper Americano

Os três piores de 2015

1 – Quarteto Fantástico – nada contra a ideia de começar uma história do zero, com uma nova cara. Deu certo com o Batman Begins, bem melhor que os filmes dos anos 1990. Mas o novo Quarteto Fantástico quis ser sério e dramático com uma história quase infantil. Demora a apresentar os personagens e quando apresenta, termina.

2 – Trocando os pés – tem sido difícil encontrar um filme bom de Adam Sandler ultimamente (se bem que Pixels foi divertido). Trocando os Pés é uma comédia sem muita graça e com mistérios que todo mundo já desvenda no meio do filme.  


3 – Destino de Júpiter – mais uma vez o predestinado (no caso a predestinada) vive uma vida tranquila no Planeta Terra até descobrir que tem superpoderes e é a chave para salvar o Universo. 

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Eu também vou reclamar


Marte tem 'córregos' sazonais de água salgada, revela sonda da Nasa


A notícia me lembra desse trecho da música "Eu também vou reclamar" de Raul Seixas.
Gelo em Marte, diz a Viking
Mas no entanto
Não há galinha em meu quintal
A canção é de 1976, mas parecer ter sido escrita agora.

sábado, 18 de julho de 2015

Jules Bianchi (1989-2015)

O automobilismo poderia ser feito só de manobras arriscadas, ultrapassagens, belos carros e comemorações de vitórias. Infelizmente não é simples assim. Este fim de semana, um talento da Fórmula 1 perdeu a vida aos 25 anos. 

Jules Bianchi se acidentou no GP de Suzuka no ano passado e morreu neste sábado (18, pelo horário francês, sexta-feira dia 17 pelo horário de Brasília) depois de passar nove meses em coma. Eram 21 anos sem mortes de pilotos na Fórmula 1. Os dois últimos tinham sido Roland Ratzenberger e Ayrton Senna no mesmo fim de semana, em Ímola, 1994.

Era um piloto promissor. Aposta da Ferrari para as próximas temporadas e que tinha conquistado os dois únicos pontos da nanica Marussia. Foi no GP de Mônaco. Bianchi ficou em nono. O suficiente para ganhar dois pontos e garantir alguns milhões de euros para a equipe, já que uma regra da categoria premia as escuderias que pontuaram.

Alguns dias depois do acidente, entrevistei Emerson Fittipaldi num evento em Sorocaba. O tricampeão de Fórmula 1 correu numa época em que a categoria era bem mais perigosa. Nos anos 1970, dez pilotos morreram. Ele disse que dessa vez não se tratava de falta de segurança nos carros ou na pista, mas de um erro de procedimento. De fato, um guindaste não poderia estar  ao lado da pista enquanto a corrida seguia normalmente. O veículo retirava o carro do piloto Adrian Sutil e o pior que poderia acontecer, aconteceu. Bianchi escapou da pista molhada e atingiu o trator. Um erro grave num circuito que ainda não tinha registrado mortes na categoria.

Para os pilotos, a Formula 1 está muito segura do que nos anos 1990, 1980 ou 1970. Kubica sobreviveu a um acidente incrível em 2006. O capacete de Felipe Massa o salvou na Hungria em 2009. Mesmo assim não existe risco zero. Na última corrida na Alemanha, alguns centímetros separavam o carro de Alonso da cabeça de Raikkonen.  Costelas quebradas e lesões que tiram pilotos de algumas corridas são comuns num esporte em que carros passam de 300 km/h.

Apesar do intervalo sem mortes de pilotos, nesses vinte anos três fiscais de pista morreram. Em 2013, um fiscal foi atropelado justamente por um guindaste no GP do Canadá.

Assim como a morte do Senna fez a categoria repensar a segurança de pilotos, alterando o desenho dos carros, o acidente de Bianchi deve fazer a Fórmula 1 aprimorar as medidas de segurança em 
torno da pista. Em todo caso, o automobilismo é fascinante, mas nunca vai ser 100% seguro. 

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Livro: 1942 - O Brasil e a sua Guerra Quase Desconhecida

Sabe quando um bom cantor resolve se arriscar como ator, é protagonista num filme e o cara é um sucesso na frente das câmeras também? Mais ou menos o que João Barone fez. O baterista dos Paralamas do Sucesso escreveu um ótimo livro de História. Filho de um pracinha da FEB (Força Expedicionária Brasileira), e pesquisador do assunto, ele apresenta o contexto da participação brasileira na Segunda Guerra, os detalhes do envio de 25 mil brasileiros para solo italiano, estratégias adotadas no campo de batalha e o legado da expedição.

O país entrou na guerra porque nazistas atacaram embarcações brasileiras a poucos quilômetros da costa catarinense, da fluminense e da nordestina. Milhares de civis morreram. Mesmo assim houve um período de debates na sociedade, mobilizações contra e a favor do Eixo (formado pela Alemanha, Itália e Japão) e um longo período de preparação para que as tropas brasileiras finalmente entrassem na guerra em território Europeu.  

Barone revela no livro que, ao contrário do que se imagina, a FEB  teve peso decisivo para vitória dos Aliados em um dos últimos pontos de resistência alemã: os montes italianos.  

O livro traz muitas curiosidades: um conceituado aviador da força aérea Nazista, Egon Albrecht era nascido em Curitiba. Outro brasileiro, Arthur Scheibel, se alistou na Marinha Mercante dos EUA e supostamente morreu no Dia D, que marca a chegada de tropas Aliadas na Normandia em 1942. Além disso, pelos serviços prestados, dois pracinhas, tenente Apollo Miguel Rezk e cabo Marcílio Luiz Pinto receberam uma das mais importantes honrarias do Exército Americano: a medalha Silver Star.


Depois da guerra, o governo não deu o devido reconhecimento aos pracinhas. Veteranos  foram pouco aproveitados (quase dispensados) pelo Exército Brasileiro. Mesmo a sociedade acabou esquecendo essa participação. Mas os italianos não esquecem. Até hoje, numa das áreas em que o exército brasileiro lutou, é costume presentear amigos com uma lata de pêssego em caldo. O gesto repete a caridade de pracinhas, que comovidos com o sofrimento o povo italiano durante a guerra dividam essas latas com a população local. 

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Se eu escolhesse os vencedores do Oscar...

Qualquer prêmio é polêmico e discordar dos vencedores do Oscar é um costume antigo entre os cinéfilos, por isso seguem os filmes que eu escolheria, mesmo que não tenham sido indicados.  

O critério é simples, só concorreram os filmes que eu vi!



Melhor Filme - O Jogo da Imitação* – a história dos primeiros passos da computação não é um filme nerd. É um filme de espionagem, afinal a máquina “Christopher” foi criada por Alan Turing para desvendar os códigos da comunicação interna dos nazistas. A tensão durante o projeto, as explicações teóricas e os dilemas do setor de inteligência durante a guerra fluem bem.

Melhor Ator – Benedict Cumberbatch* - O Jogo da Imitação – Benedict encarnou Alan Turing, um matemático antissocial, em dilema com a própria homossexualidade e em conflito com o comando do Exército Britânico em plena 2ª Guerra Mundial. Na parte final da vida de Turing, aparece um homem deprimido, enclausurado e sob efeitos de remédios para “corrigir” sua sexualidade.


Melhor Atriz – Rosamunde Pike* - Garota Exemplar – a protagonista Amy Dunne é uma escritora em crise no casamento. Durante o filme, Rosamunde convence como vítima, depois se torna a vilã, ai volta a aparecer como vítima, para finalmente ser a psicopata da história baseada no livro de Gillian Flynn.




Melhor Ator Coadjuvante - Geoffrey Rush – A Menina que Roubava Livros – o eterno vilão de Piratas do Caribe aqui é o padrasto bonzinho de Liesel, e que inclusiva a ensina a ler o livro roubado que da nome a história.




Melhores efeitos visuais – Êxodo: Deuses e Reis – pragas, guerras, abertura do Mar Vermelho, cidades inteiras egípcias reconstruídas para recontar a história de Moisés foram feitas com perfeição por computação digital.







Melhor Roteiro - Planeta dos Macacos: o confronto – uma boa história de guerra, traição, caos e tentativa de manter a ordem entre os poucos sobreviventes de uma doença contagiosa que dizimou a humanidade.





Melhor vilão [essa categoria eu tirei do MTV Movie Awards] - Joel Edgerton – Êxodo: Deuses e Reis –  Ramses envenena o própria pai [essa passagem fica subentendida no longa] para se tornar Faraó. De início tem como braço direito Moisés, mas o expulsa do Egito ao descobrir que Moisés é na verdade filho de judeus. A atuação de Joel durante as pragas que acometem seu povo e principalmente depois da morte de seu primogênito valeram esta premiação simbólica.



* indicados ao Oscar 2015