quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Perfil - Como é a vida do autor de mortes falsas?

Ele empenha toda a sua energia na cobertura da morte de Michael Schumacher, anunciada ao mundo antes de qualquer comunicado do hospital, assessores e familiares. Uma verdadeira proeza e exemplo de profissionalismo.

Mas afinal, quem é esse que dedica parte do seu tempo para noticiar o falecimento de famosos que por acaso ainda estão vivos?

Seu trabalho de checagem é elaborado. Impressiona pela complexidade. Trata-se de um raciocínio lógico: foi internado, então morreu. Está em coma: luto. Cabelo branco: uma grande perda.

Depois desse trabalho árduo, manda e-mails, coloca a notícia nas redes sociais e só espera a repercussão. São milhares de compartilhamentos, comentários, até que alguém lá embaixo na timeline avise “peraí, galera, o cara tá vivo!”. Mas não tem problema. Amanhã ele publica a notícia de novo. 

Lutou bravamente contra o centenário de Oscar Niemeyer e o fim do mandato de José Alencar. Já enterrou José Sarney, Jô Soares, Cid Moreira e Roberto Bolaños.

É o único autor de obituário que precisa publicar uma errata, direito de resposta ou “outro lado”, que neste caso, não é o lado da morte. É o lado de quem não morreu e não gostou muito dessa brincadeira de ficar sabendo pela internet que passou dessa para uma melhor (ou vai saber...).

Dono de um currículo invejável é também fotógrafo de mão cheia (não me pergunte de que). Tirou fotos exclusivas dos cadáveres de Osama Bin Laden e de Paul Walker, instantes depois da execução e acidente, respectivamente. Tratou de publicá-las depois dos acontecimentos, sem censura, para todo mundo ver o que só ele viu.

Em tempo: ele lamenta profundamente o uso inadequado de seus furos jornalísticos em golpes na internet. Links maliciosos com vírus costumam ser colocados nas fotos de ídolos recém-falecidos. Um absurdo. Afinal, estragam todo o trabalho de apuração que teve para escrever sobre as causas de morte de quem ainda respira. Perde toda a credibilidade.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Perguntas, respostas e opiniões sobre a morte de Santiago Andrade

Não houve intenção de acertar o cinegrafista? Então, qual era a intenção? Acertar alguém... qualquer um? Só dar um susto?

O cinegrafista estava no lugar errado, na hora errada? Não foi ele quem tornou a hora e o lugar errados. Quem fez isso é quem saiu para “protestar” com um artefato explosivo. Quem faz isso é quem (mesmo sem armas) sai para as ruas com a violência no gatilho da mente.

A imprensa tem sido passional nessa cobertura? Não tem como não ser. Não deveria ser. O jornalista não é uma rocha.

A morte do cinegrafista da TV Bandeirantes é uma agressão ao que o jornalismo e o jornalista fazem e representam.

A imprensa deve ser questionada, criticada, contrariada quando necessário. Mas de maneira democrática.

Atacar fisicamente repórter, fotógrafo, repórter cinematográfico é a agressão ao não-combatente, em outras palavras: terrorismo.