Ele empenha toda a sua energia na cobertura da morte de
Michael Schumacher, anunciada ao mundo antes de qualquer comunicado do
hospital, assessores e familiares. Uma verdadeira proeza e exemplo de
profissionalismo.
Mas afinal, quem é esse que dedica parte do seu tempo para
noticiar o falecimento de famosos que por acaso ainda estão vivos?
Seu trabalho de checagem é elaborado. Impressiona pela
complexidade. Trata-se de um raciocínio lógico: foi internado, então morreu.
Está em coma: luto. Cabelo branco: uma grande perda.
Depois desse trabalho árduo, manda e-mails, coloca a
notícia nas redes sociais e só espera a repercussão. São milhares de
compartilhamentos, comentários, até que alguém lá embaixo na timeline avise
“peraí, galera, o cara tá vivo!”. Mas não tem problema. Amanhã ele publica a
notícia de novo.
Lutou bravamente contra o centenário de Oscar Niemeyer e o
fim do mandato de José Alencar. Já enterrou José Sarney, Jô Soares, Cid
Moreira e Roberto Bolaños.
É o único autor de obituário que precisa publicar uma
errata, direito de resposta ou “outro lado”, que neste caso, não é o lado da
morte. É o lado de quem não morreu e não gostou muito dessa brincadeira de ficar
sabendo pela internet que passou dessa para uma melhor (ou vai saber...).
Dono de um currículo invejável é também fotógrafo de mão
cheia (não me pergunte de que). Tirou fotos exclusivas dos cadáveres de Osama Bin Laden e de Paul Walker, instantes depois da execução e acidente,
respectivamente. Tratou de publicá-las depois dos acontecimentos, sem
censura, para todo mundo ver o que só ele viu.
Em tempo: ele lamenta profundamente o uso inadequado de
seus furos jornalísticos em golpes na internet. Links maliciosos com vírus costumam ser colocados nas fotos de ídolos recém-falecidos. Um absurdo. Afinal, estragam todo o
trabalho de apuração que teve para escrever sobre as causas de morte de quem ainda respira. Perde toda a
credibilidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário