sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

E agora, algo completamente diferente

Ano passado foi aquele ano cheio de comemorações de oitenta anos não sei o que, duzentos ano da chegada de não sei quem, cem anos da morte daquele outro. Mas 2009 é uma data importante para o humor: há 40 anos, duas formas diferentes de humor davam suas caras: nas bancas do Brasil nos anos de chumbo, vinha O Pasquim, e na telveisão britânica entrava no ar o Monty Python's Flying Circus.

Esses dois movimentos, tanto comportamentais e culturais quando humorísticos, mudaram o sentido de “humor” existente até então, e mais recentemente, mudaram a minha percepção dessa arte (a oitava arte?) que é fazer rir.

Há pouco tempo ouvi falar pela primeira em Monty Python, e só sabia que era um grupo de humor inglês. Assisti ao filme “O Sentido da Vida” e gostei, achei um cult meio divertido meio sem-graça, mas tinha coisas interessantes. Depois ouvi dizer que o Casseta & Planeta da tv era uma mistura do humor crítico do Saturday Night Live com o humor nonsense do Monty Python. A partir daí tentei entender essa parte surreal de humor que até então eu ignorava, ou não conhecia com esse nome.

Antes eu me apegava muito ao humor com sentido, com crítica, aquele que trás uma razão. Mas ao ver mais do grupo de humor inglês abri minha percepção do que deve ser engraçado. Nem tanto pelos outros filmes – diga-se de passagem, A Vida de Brian achei muito bom, enquanto Em Busca do Cálice Sagrado me pareceu meio sem-graça.

A grande descoberta minha, principalmente nessas férias, foi o programa de televisão que ia ao ar pela BBC no final dos anos 60 e início dos anos 70: Monty Python's Flying Circus. Um programa de meia hora de duração e piadas que não eram – aliás, não são – como as que a gente conhece.

O mote do programa é “And now, something completly different” e era isso que se via. A começar pelos desenhos. Na verdade eram recortes de fotografias e quadros em movimentos bizarros e com falas. E quem esperava por alguma lógica, desistia. Era a parte mais surreal – até pelo envolvimento da arte visual – do programa. A seqüência que eu mais gostei na parte animada foi uma em que cada animal comia outro, parecendo uma cadeia alimentar, exceto pela parte de animais menores como um porco, engolirem maiores como uma baleia.

Pretendo falar mais do Monty Python e Pasquim nos próximos posts por aqui.

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