quarta-feira, 1 de julho de 2015

Livro: 1942 - O Brasil e a sua Guerra Quase Desconhecida

Sabe quando um bom cantor resolve se arriscar como ator, é protagonista num filme e o cara é um sucesso na frente das câmeras também? Mais ou menos o que João Barone fez. O baterista dos Paralamas do Sucesso escreveu um ótimo livro de História. Filho de um pracinha da FEB (Força Expedicionária Brasileira), e pesquisador do assunto, ele apresenta o contexto da participação brasileira na Segunda Guerra, os detalhes do envio de 25 mil brasileiros para solo italiano, estratégias adotadas no campo de batalha e o legado da expedição.

O país entrou na guerra porque nazistas atacaram embarcações brasileiras a poucos quilômetros da costa catarinense, da fluminense e da nordestina. Milhares de civis morreram. Mesmo assim houve um período de debates na sociedade, mobilizações contra e a favor do Eixo (formado pela Alemanha, Itália e Japão) e um longo período de preparação para que as tropas brasileiras finalmente entrassem na guerra em território Europeu.  

Barone revela no livro que, ao contrário do que se imagina, a FEB  teve peso decisivo para vitória dos Aliados em um dos últimos pontos de resistência alemã: os montes italianos.  

O livro traz muitas curiosidades: um conceituado aviador da força aérea Nazista, Egon Albrecht era nascido em Curitiba. Outro brasileiro, Arthur Scheibel, se alistou na Marinha Mercante dos EUA e supostamente morreu no Dia D, que marca a chegada de tropas Aliadas na Normandia em 1942. Além disso, pelos serviços prestados, dois pracinhas, tenente Apollo Miguel Rezk e cabo Marcílio Luiz Pinto receberam uma das mais importantes honrarias do Exército Americano: a medalha Silver Star.


Depois da guerra, o governo não deu o devido reconhecimento aos pracinhas. Veteranos  foram pouco aproveitados (quase dispensados) pelo Exército Brasileiro. Mesmo a sociedade acabou esquecendo essa participação. Mas os italianos não esquecem. Até hoje, numa das áreas em que o exército brasileiro lutou, é costume presentear amigos com uma lata de pêssego em caldo. O gesto repete a caridade de pracinhas, que comovidos com o sofrimento o povo italiano durante a guerra dividam essas latas com a população local. 

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