sexta-feira, 20 de abril de 2012

O futuro do automobilismo no Brasil e o descaso no Bahrein

Em poucos dias o automobilismo, em especial o brasileiro, recebeu várias notícias ruins.

Para começar, F-Futuro ficou no passado. Era a única categoria de aprendizado em carros de Fórmula (aquele mais parecidos com carros de Fórmula-1 e Indy) e já vinha cambaleando por causa dos custos e do baixo número de competidores.

O resultado disso não é difícil imaginar. Cada vez mais segue a tendência de revelações do automobilismo nacional migrarem para as competições de Turismo (por exemplo, a Stock Car), ou simplesmente darem o passo maior que a perna para disputarem corridas na Europa sem o devido preparo.

Outra coisa empacando o esporte a motor nacional é a construção de um autódromo no Rio de Janeiro, que servirá - se sair do papel - de consolo para os órfãos de Jacarepaguá, praticamente extinto desde o Pan 2007 e que agora recebe o golpe final para as Olimpíadas.

Por fim, o automobilismo se envolveu da pior maneira com a Primavera Árabe. Não há como Bernie Ecclestone negar que sua Fórmula-1 esteja atolada até o pescoço com questões políticas. O GP de Sakhir é um trunfo da dinastia sunita daquele país para mostrar à comunidade internacional que as coisas estão bem e que as revoltas xiitas não passam de fatos isolados.

Os pilotos preferiram dizer que o esporte não tem nada a ver com política. Essa postura dá a entender que as histórias de Jesse Owens, do Santos parando guerras e a união de pessoas de diferentes cores na África do Sul por meio do rúgbi não passam de lendas urbanas. E os pilotos não tomaram essas decisões por ingenuidade.

Outros preferiram comparar a segurança barenita à do Brasil, como fez Vettel. É claro que temos vários problemas de segurança (Button foi assaltado aqui há alguns anos, por exemplo), mas não há como comparar casos que dizem respeito à polícia com aqueles que dizem respeito à ONU. Há revoltas e bombas explodindo perto de carros da Force India no Bahrein.

Nesse domingo, todos os pilotos e dirigentes da categoria entram na pista sob uma bandeira preta de boa parte do planeta.


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