Festa sul-americana graças à vitória de Pastor Maldonado. Ou
talvez não. Por causa de Hugo Chávez muita gente tem um pé atrás com a
Venezuela. Até por causa disso, muita gente creditou ao patrocínio da estatal
petroleira PDVSA a única razão de Maldonado estar na Fórmula 1. Nada disso. Estamos falando de um campeão da GP2.
A vitória [bolivariana? hehe] não veio por acaso. Hamilton
foi o pole, mas para fazer o tempo mais rápido trapaceou. Dar uma volta com
menos combustível do que a regra permite não pode. Logo, Pastor foi o mais
rápido. Não bastasse isso, não precisou de nenhuma estratégia militar,
acidentes ou Safety Car para manter a ponta. Bastou-lhe a visível melhora da
Williams e seu braço, é claro.
O lado bom da corrida para a torcida brasileira é a
evidência de que a Williams está aí. Senna vinha obtendo resultados melhores que
os de Maldonado e nunca é demais sonhar com um pódio ou uma vitória. No GP da
Espanha ele não passou nem perto.
Senna se envolveu em dois acidentes complicados de se
apontar um culpado. Primeiro Bruno resistiu ao ataque de Grosjean e os dois se
tocaram. Depois, mudou o traçado na pista e Schumacher brecou muito tarde. Os
dois bateram e em seguida abandonaram. Culpa dos dois. Mas é como dizia Raul
Seixas “Uma vez a gente aceita, duas tem que reclamar”.
O brasileiro pode levar um puxão de orelha, mas foi por ter
corrido com a faca nos dentes. Schumacher pode levar uma bronca por ter chamado
Senna de idiota. Um absurdo talvez. Mas ninguém gosta de perder um trabalho de
semanas em uma manobra. Poucos diriam uma palavra menos ofensiva.
Já Felipe Massa não deve terminar a temporada na Ferrari.
Não há como. Alonso quase venceu, é líder do campeonato e Felipe Massa terminou
em 15º. Largou no fim do grid, mas e daí? Hamilton saiu em 24º e ficou em 8º. Massa
levou uma punição e teve que passar nos boxes, mas e daí? Vettel também e
acabou em 6º. Felipe vem cometendo o mesmo erro de sempre. Não se arrisca nas
ultrapassagens. Ficou um tempão negociando uma ultrapassagem com Paul Di Resta
e agora não pode reclamar.
De resto a temporada segue interessantíssima. Cinco pilotos,
de cinco equipes, venceram as cinco corridas. Sem falar nas chances da Lotus de
Raikkonen e Grosjean ampliarem o feito na sexta corrida, em Mônaco. Os pneus
pouco resistentes permitem mais ultrapassagens, mesmo que o excessivo número de
pit stops deixe tudo mais confuso.
Estamos vendo também uma montanha-russa nas forças das
equipes. Vettel, Hamilton e Button passaram bom tempo da corrida brigando
apenas pela 7ª posição. E na próxima corrida podem brigar pela vitória. Não há
como arriscar.
Em todo caso, não faltam bons pilotos. Soma-se os campeões
Hamilton-Vettel-Button-Raikkonen-Alonso à liga de jovens talentosos
Rosberg-Perez-Kobayashi-Grosjean-Maldonado (e quem sabe Senna). Massa e Webber
ficam de fora.
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