A COLUNA DO EDITOR-CHEFE
Prefácio de Oliveira
Quando vejo estes humoristas protegidos pelos seus óculos escuros reclamando da violência de políticos e das rígidas leis eleitorais, lembro-me de como eram realmente difíceis minhas atuações nesta cômica verve do jornalismo político.
Há muito tempo, quando aquele carequinha ainda tinha cabelo, eu já não me contentava com um “Porque sim”.
Logo em minha estréia no humor, fui me encontrar com Jânio Quadros para entregar-lhe um shampoo anti-caspa e uma mostra da bebida-sólida para saber se ele come-la-ia. Pena que o presidente alegou motivo de forças superiores para não me conceder-me entrevista-me.
Tive então que partir para um caminho alternativo. Infiltrei-me-lhe na conderação da medalha do guerrilheiro Che Guevara fingido-me-lhe de vendedor de camisa de Che. Eis que Jânio veio indagar-me se eu vendia Cuba Livre. Estendi meu gravador e pedi para que ele explicasse a proibição do biquíni na praia, a proibição da Briga de Galo e o que achava da última escalação de Aimoré Moreira.
Mas isso tudo foi moleza perto do meu trabalho como repórter-humorístico de política durante a Ditadura. Eu e meu amigo Stanislaw Ponte Preta 2 x 0 Guarani resolvemos partir para o Humorismo Verdade.
Fui a uma unidade do DOPS para perguntar ao Delegado Fleury se a situação estava mais suja que pau de galinheiro. Parece que Fleury entendeu “pau-de-arara” e me fez passar várias horas de cabeça para baixo trocando uma idéia com Fernando Gabeira e Mário Covas.
Com o fim do Regime Militar, e do meu regime de pão e água na cadeia, achei por bem encerrar minha carreira humorística com uma entrevista exclusiva com o Presidente João Figueiredo, que me garantiu que concederia entrevista nem que fosse na porrada.
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Prefácio de Oliveira é jornalista e entrou para o humor quando Plínio Sampaio entrou para a política
Um comentário:
Mandas bem, companheiro!
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