quarta-feira, 15 de junho de 2011

Mãos atadas

Duas ideias prontas "caso de polícia" se contradizem e travam questões de segurança público no Brasil.

Parece único o discurso de que lugar de bandido é na cadeia, adotado pelo povo, por policiais e jornalistas da área. Esse parece o destino mais correto para o ladrão de galinhas, o assaltante, o sequestrador, o traficante, o estuprador, o estelionatário e afins.

Choca-se com esse conceito, a máxima de que cadeia é "faculdade do crime". O sujeito, nesse entender popular, entra traficante de segunda classe e sai formado sequestrador profissional. Infelizmente, parece ser essa a realidade do nosso sistema prisional.

A falta dessa visão ampla da questão faz com que o eleitor não pense nos presídios na hora de votar ou exercer seu pleno direito democrático de pressionar seus representantes. São válidas as opiniões de que deve-se construir escolas ou implementar o ensino e erguer hospitais e melhoras salários de médicos e enfermeiros, mas a qualidade do nosso sistema prisional também deveria entrar nessa pauta de reivindicação. Prisão não é coisa de ladrão. É de interesse de todos.

Travamos nas máximas de que nós pagamos para sustentar vagabundo, que nada mais é do que dizer nas entrelinhas que bandido bom é bandido morto - solução simplista, nada humanitária que só alimenta o ódio na sociedade e que só aparenta sanar o problema da violência.

Isso sem contar as leituras qualitativas das prisões: quanto mais presos melhor. Nada se comenta a respeito da superlotação e mesmo das condições de quem trabalha ali.O fator primordial deveria ser "quando foram reabilitados e qual o nível de qualidade dessa reabilitação?"

Fossem os presídios centros de reabilitação, faria sentido a ideia de que lugar de bandido é na cadeia, para uma verdadeira readaptação para voltar à sociedade.

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