sábado, 5 de fevereiro de 2011

Democracia Egípcia

Enquanto egípcios gritam pela queda do ditador Hosni Mubarak, jogam e se esquivam de pedras, recebem notícias de prisões, morte de um jornalista e ouvem o presidente-faraó desdenhando as manifestações e prometendo um pleito em setembro, 300 membros de uma outra multidão lotam ônibus e desembarcam em outro ponto do globo. De lá eles descem exibindo sua fúria. Se unem a quem veio a pé e com o próprio carro. Erguem faixas de protesto e entoam cânticos exigindo demissões, saídas. Enfim, querem a solução.

Essa outra aglomeração, mais modesta que a de 100 mil no Cairo, não está pensando em política. Quer outro tipo de libertação. A Libertadores. E como a libertação – nem mesmo a pré-libertação - não veio, e nem pode vir até setembro (quando muito, só em 2012), o ‘torcida’ corintiana tenta cercar Ronaldo, Roberto Carlos e Tite. Até apedrejaram o ônibus do inimigo.

Cansados de ver a libertação sendo conquistada por nações rivais, a nação corintiana perde a paciência.

A situação é um pouco diferente daquela na terra das pirâmides. Há alguns meses, os ex-carecas da seleção eram aclamados como deuses.

Parece que décadas depois da Democracia Corintiana, (movimento ideológico/esportivo em plena ditadura militar, comandado pelos jogadores do Timão), os torcedores do time paulista enveredaram (favor, não confundir com Verdão) para outro lado: a política dos resultados.

A pode acreditar que se a situação persistir por mais um ou dois dias, não tem que líder carismático que se agüente em pé.

E as Nações Unidas não fazem nada!

Um comentário:

Tássia Tieko disse...

É, ações parecidas em situações completamente distintas. O que me revolta é ver a mobilização da polícia para proteger os jogadores. Os policiais desfalcam seus postos de trabalho para proteger jogadores ricos, e o pior, protegê-los de seus próprios torcedores! Não sei o que é pior: se são os policiais, os torcedores, o vandalismo, os jogadores ou o Corinthians...Voto no último.